Com uma semana de tratamento com o salbutamol, jovem britânico com miastenia congênita volta a andar sozinho
LONDRES – Um remédio usado para o tratamento da asma pode ser uma nova esperança para pacientes que sofrem de miastenia congênita, doença genética caracterizada pela produção de anticorpos que agem contra o próprio organismo, especificamente nos componentes responsáveis pelo sistema motor. Em alguns casos, a síndrome pode causar problemas de locomoção. O britânico Jimmy Webster, de 18 anos, passou os últimos sete sem conseguir andar sozinho. Em apenas três dias com o tratamento em teste, já conseguia se levantar sem a ajuda de ninguém e, em uma semana, já estava andando.
A droga mágica é o salbutamol, presente em sprays para o tratamento da asma, como o Aerolin e Pulmoflux. O componente age diretamente sobre as comunicações nervosas dos músculos, alvo da miastenia. Já era sabido que drogas similares, como a efedrina – estimulante encontrado em medicamentos contra a gripe -, também tinham efeitos positivos no tratamento da miastenia. O professor David Beeson, da Universidade Oxford, testou o salbutamol para o tratamento de Webster.
- Eu esperava ficar mais forte, mas não tinha ideia de que poderia andar novamente – disse o jovem ao “Daily Mail”.
A miastenia pode ser congênita ou adquirida. A dificuldade no tratamento da doença herdada geneticamente é que ela é causada por uma variedade de mutações genéticas, sendo que cada uma precisa de uma combinação diferente de drogas. As pesquisas buscam a melhor terapia para cada tipo de desordem.
No caso de Webster, Beeson receitou o salbutamol com a piridostigmina, droga padrão utilizada no tratamento de miastenia.
- Ele ainda não está licenciado para uso nessas condições, mas os médicos estão felizes em prescrevê-lo – disse Beeson.
Webster, que está planejando um acampamento e pretende ingressar no curso de Economia da Universidade Oxford, ainda usa a cadeira de rodas para longos percursos, mas em casa se movimenta sem ajuda.
- Só por me vestir, lavar e cozinhar, é incrível poder fazer coisas normais – disse o jovem.
Fonte: POR O GLOBO